segunda-feira, 22 de agosto de 2011

“Pobre não sabe votar”



“Pobre não sabe votar”


familia de circo - francisco eduardo francisco eduardo - artelista.com


É lugar-comum escutar por aí que vereadores, e mandatários em geral, deveriam ter formação para isso; nível superior e o que o valha. Uma equivocada visão da elite (ah! a nossa elite).

Dizer que ter escolaridade seria requisito para se candidatar a mandatos eletivos é o mesmo que dizer que pobre não pode ser candidato. Como se falta de moralidade tivesse algo a ver com falta de dinheiro.

É puro preconceito.

O mínimo é saber ler, claro. Disso dependem os atos administrativos, projetos de lei e a fiscalização.

Os mandatários deste país (vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores, presidentes) representam a nossa sociedade. A qualidade deles, é a nossa qualidade.

Se o político lá aceita jeitinho, ou se esforça para ajudar um parente, ou se troca voto por dinheiro, é porque aceitamos isso. E, para tanto, independe dos anos de estudo.

Se por um lado, de modo geral, não nos orgulhamos de nossos políticos (o que deveria refletir no nosso orgulho prórpio, se tivéssemos vergonha na cara), por outro, deveríamos nos orgulhar do nosso sistema democrático. Acho saudável um político como o Tiririca poder se candidatar, ser votado, ser eleito e empossado. Isso é democracia, qualquer um pode.

Agora, discutirmos aqui a qualidade dele como deputado, é outra coisa. Muito desse debate é permeado de preconceito contra as classes mais pobres.

Se, para ser candidato, se exigisse curso superior, quem esse político representaria? Quantos têm curso superior no Brasil?

Devagar com o andor. O Brasil não se melhora começando pelos políticos, mas se melhora começando por nós.

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